11 de out. de 2011

Trabalhar e viver em Buenos Aires

 

 

Acorde-pra-vencer

 

Muita gente me pergunta se vale a pena mesmo viver em Buenos Aires.

Posso dizer tranquilamente que até hoje, não conheco nenhum brasileiro que tenha se arrependido dessa escolha.

É claro que alguém aí vai dizer: Pow, mas você tá falando merda, porque tem um monte de brasileiros que voltaram…

Tem mesmo, mas se é por casualidade ou coincidência, isso eu não tenho idéia. Mas eu não conheco mesmo!

E percorrendo o mundo internético acabei encontrando um texto que acredito que vai ajudar a muitas pessoas.

Talvez sim, talvez não, isso depende apenas de você!

Espero que sirva de inspiração pra alguém.

E se servir, seria legal que comentem né!!!

 

Segue o texto:

Aderbal Nogueira entrou na Nutrin há 18 anos como auxiliar de almoxarifado. Há três anos, assumiu a presidência da companhia.

Sob seu comando, a empresa mais que dobrou de tamanho. Passou do faturamento de R$ 110 milhões, com a gestão de 150 restaurantes empresariais, para R$ 250 milhões e 410 restaurantes. O número de funcionários aumentou de 1.500 para quase 4.000.

Neste depoimento, Nogueira, filho de doméstica e vendedor de picolé na infância, conta como hoje chegou à liderança da empresa de restaurantes corporativos.

 

Sou baiano de Xique Xique, oeste da Bahia. Filho de mãe baiana e pai pernambucano. Quando tinha três anos, meu pai se separou da minha mãe e ela foi para São Paulo trabalhar de doméstica.

Eu fiquei com meus avós. Um ano e meio depois, minha mãe já estava com a vida ajeitada e foi me buscar. Fomos morar no Cambuci (centro).

Minha mãe casou de novo, com um metalúrgico. Desses que são fãs do Lula para ele, é Deus no céu e Lula na Terra. Tiveram dois filhos.

A vida sempre foi muito dura, minha mãe ganhava muito pouco. O dinheiro do padrasto, que considero o meu pai, pagava o aluguel. O salário da mãe ia pra comida. Eles colocaram nós três na escola e diziam que a gente tinha de estudar.

Aos dez, vendo a dificuldade da família, fui vender picolé na represa de Guarapiranga. A gente morava em Interlagos. Eu estudava de manhã; à tarde, vendia picolé.

O bairro era muito pobre. Mas a gente conseguia ser feliz. Meus avós vinham sempre da Bahia nos visitar.

Em 1982, meu pai ficou desempregado. Foi um tempo difícil. Minha mãe resolveu que queria voltar pra Bahia. A família toda foi junto.

Montamos um açougue, trabalhei carregando carne. Mas não deu muito certo e voltamos de novo para São Paulo. O pai sempre dizia que, para onde quer que fosse, carregaria a família toda.

Quando voltamos, eu queria fazer faculdade, mas não tinha dinheiro. Arrumei emprego de office-boy na empresa Stanley-Home. Mas o dinheiro era pouco.

Um amigo me deu um toque sobre um trabalho de figurinista de circo. Nos dias em que não precisavam de figurinista, eu vendia pipoca e chupe-chupe na porta do circo. Cheguei a ganhar muito dinheiro no circo.

Com quatro ou cinco apresentações, tirava mais que o salário de office-boy. Assim, consegui fazer faculdade. Me formei em contabilidade na Unip (Universidade Paulista).

Há 18 anos, meu antigo chefe foi para a Nutrin, em Americana (SP), e me levou. Entrei como auxiliar de almoxarifado e passei por todas as áreas: financeira, compras, contas a pagar e até pelo restaurante.

Há três anos, a empresa passou por processo de profissionalização e fui convidado a assumir a presidência.

Depois de 20 anos pagando aluguel, hoje tenho uma casa confortável, digna de presidente de empresa, com piscina e churrasqueira.

Também comprei uma moto grande, uma BMW K1300, que era um sonho que eu tinha. Antes, tinha uma Honda CG 125.

Estou onde estou hoje pois nunca parei de estudar. Meus filhos, uma menina de 17 e um menino de 15, querem estudar medicina e direito.

Procuro mostrar-lhes o valor das coisas. A gente viaja para fora do país todo ano, vai a bons restaurantes. Mas dentro de limites, não sou de esbanjar, de tomar uísque caro.

Desde que assumi a Nutrin, a empresa mais que dobrou de tamanho.

Passou do faturamento de R$ 110 milhões, com 150 restaurantes e 1.500 funcionários, para R$ 250 milhões, 410 restaurantes e quase 4.000 funcionários.

O baiano aqui trabalha, você pensa o quê?

 

Enjoy!

13 comentários:

  1. Excelente post.
    texto muito bem colocado com o tema.
    vlw por compartilhar nasdaq, ta mto massa seu blog :D
    Se pá nos vemos em buenos aires ano que vem e tomara que ate la continue o cafes e historias :D

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  2. Opa, muito obrigado Wagner!!
    Valeu pela visita ao blog e quando chegar, avisa o povo aqui neh!!

    Abraco!!!

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  3. Posso dizer que 90% das pessoas que conheço que RETORNAM ao Brasil é porque veio aqui estudar Medicina e isso por motivos diversos:
    1 - Quando vão à UBA, caem na real que o CBC NÃO É MOLEZA. (os que não tem como pagar uma particular, voltam após falhar aqui)
    2 - Ao falharem no CBC, vão pra alguma privada.
    3 - Ao entrarem na privada, caem na real que MEDICINA NÃO É MOLEZA. (os que não gostam de estudar, voltam após falhar aqui)
    4 - Aos abastados que podem cursar numa particular aqui, se dão conta que a oferta pra venda de vagas no Brasil é grande pros que estão na Argentina (aos que podem pagar "ilegalmente" por uma vaga em uma "UNICHUCRUTZ" privada brasileira, voltam a partir daqui)
    5 - Após alguns anos aqui cursando medicina (lá pro terceiro) já tentam transferir pra alguma privada brasileira
    6 - Realmente, apenas 1% se gradua aqui na Argentina (inclusive, moro com um que se formou aqui e esses relatos são dele próprio onde ninguém mais da turma, de brasileiro, se formou aqui).

    Enfim, ao restante do pessoal (como para mim também) isso aqui é o paraíso :)

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  4. Oi Nasdaq!

    Acompanho seu blog como ouvinte (aquela que entra no fundo da sala, senta na última cadeira e não dá um pio pra ninguém perceber a presença ali) rs, e já faz um tempo.
    Obviamente, por desejos pessoais de ir fixar residência na Argentina.
    Fiz muita busca na internet, e não sei se reflete a realidade daí, mas achei pouca gente escolhendo Argentina como destino de imigração (excluindo os que vão como opção para a graduação) no sentido de chegar, morar e trabalhar, não necessariamente tendo o estudo, como primeiro projeto do destino

    Minha preocupação obviamente, sempre foi o emprego.
    Não quero uma BMW, nem uma Honda, nem morar em casa digna de patrão. Rs.Não me importo em não ganhar rios de dinheiro,se isso for compensado em qualidade de vida.

    Quero poder me locomover sem precirar ter um carro, usar ônibus e metrô. Ter opções culturais de fds sem ter que desembolsar no mínimo uns 60 conto no dia.
    Viver uma cidade mais cultural (não que S. Paulo, não seja, AMO minha cidade!)enfim, um estilo de vida menos sofrido, sem ter 4 horas por dia no trânsito e viver o trabalho -casa-trabalho-morte.

    Ok, depois dessa ladainha toda, minha pergunta é: vc encontrou por aí alguém que tenha feito essa opção de vida? Já formado, ir pra Argentina pra morar, trabalhar de possível na mesma área ( e não fazendo bicos aqui e ali, como alternativas que nada têm a ver com a formação?)
    Obrg!

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  5. Mariana,

    Tem eu, o Anônimo que escreveu ali em cima.
    Sou graduado no Brasil e trouxe economias suficientes pra passar alguns meses apenas buscando emprego e depois de umas 5~6 semanas o encontrei.
    O importante para evitar o fracasso é planejar-se financeiramente antes de vir, porque o resto vem.

    Claro que estou falando isso porque NEM SEI a área que você trabalha, isso é uma experiência pessoal minha. Se você se formou em alguma coisa aleatória "produção sucroalcooleira" (fazendo uma piadinha aqui) e não fala o idioma do país seria complicado, não?! hehehe

    Suerte

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  6. Ah, olha só, comentei o post certo, então!
    Que bom!

    Anônimo, bom ver experiências parecidas.
    Imagino que eu esteja planejando da maneira certa, então.
    Não se apressar, guardar um bom dinheiro antes de ir, pra aguentar o aluguel (que não é barato, digamos ) e o tempo pra se arranjar um emprego.
    Não sou formada em nada tão específico, mas digamos que minha área tb não é das mais fáceis.
    Sou recém formada em Relações Internacionais, enfim, uma formação bem generalista (até demais, rs).

    Tenho até pretensões em fazer uma pós em economia internacional, internacionalização de empresas ou algo parecido (a UBA oferece algumas especializações bem interessantes, mas confesso que o plano A não é ir à Argentina primeiramente, pelo estudo em si. (e pós na UBA é bem da paga, o que muda bastante os planos de grana)

    É pra fixar residência mesmo, trabalhar, melhorar o espanhol (que pretende ser melhorado MUITO antes de ir) e satisfazer minha vontade de viver num lugar com mais qualidade de vida (mesmo com os famigerados 15 dias de férias da lei trabalhista argentina, que dó!)

    Minha preocupação é no fim, trocar 6 por meia dúzia.

    Me frustra a vida em São Paulo, caótica e CARÍSSIMA que mal sobra $ no fim do mês pra começar uma vida de adulta ( com seu próprio canto, pagando 100% das contas e ainda conseguindo viver direito)

    No entanto, a pouco experiência que tive, foi conhecer a Argentina, com real nas mãos.
    Ganhar e viver em pesos é uma outra história.
    Mesmo lendo muito sobre o custo de vida (valeu Nasdaq,maior serviço público, seus posts!), é difícil ter uma noção, senão na prática, vendo o salário entrar, a dedução de imposto, gastando no dia a dia.

    Sei que Buenos Aires é barata, para NÓS brasileiros com fonte em real. Mas ainda não entendi mto bem se é tão cara pra um porteño, com a inflação e etc. quanto eu acho S. Paulo cara pra mim.
    O que vc acha?

    Se me contar sobre sua experiência, ficaria muito, MUITO grata!
    (se quiser, mari.vasc@gmail.com)

    (perdão pelo comentário ENORME)

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  7. Mariana e anonymos! uhsuahsua
    Obrigado primeiramente pela visita ao blog e ainda mais pelas ótimas contribuicoes nos comentarios.
    Eu sei que é uma escolha dificil, para muitos, a mais dificil enfrentada até hoje.
    Eu vivi em São Paulo, afinal, sou paulistano de coracao.
    Amo essa cidade, mesmo!
    Mas chegou um momento em que eu nao estava mais vivendo e sim sobrevivendo.
    Foi a partir daí que resolvi partir nessa aventura.
    Hoje posso dizer que ganhei com essa escolha. Aprendi muita coisa nova, desde profissinalmente, 2 linguas novas e muita, mas muita experiencia...
    Mas experiência é de cada um né?
    Todo mundo fala que a Argentina tá uma merda, mas eu nao acho isso não.
    Se quiserem, participem da comunidade no facebbok e perguntem as pessoas lá e tirem suas dúvidas.
    E é claro, qualquer coisa mandem um email!
    Um forte abraco e sucesso nessa caminhada!!

    Junior

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  8. Oi, Meu comentário aqui vai para a Mariana. Desculpe, Mari, mas trocar São Paulo por Buenos Aires, nunca seria trocar 6 por meia dúzia.O ganho cultural, de experiência de vida e até linguistico ( sim, pois aprender espanhol BEM vc deve aprender lá, e não aqui~, antes de ir) não prevê, nem de longe, comparações.A qualidade de vida, de Bs.As., o tpo q vc vai deixar de perder em transito, o aluguel, q acaba se tornando relativamente barato se vc considerar q terá milhares de opções, inclusive de aptos mobiliados (o q não existe no Brasil).Isso sem contar q, obviamente vc deve considerar q não estrá presa lá.Se considerar q não vale a pena, é só voltar.O custo não vai ser assim tão alto.Na vida, há q se arriscar.Há q se ousar.Estou deixando uma profissão de 20 anos (Medicina), por outra ( Confeitaria) e me mudando para lá.Planejo, sim.Mas a Vida nos faz planos, às vezes, tão diferentes dos nossos, q a gente nem sequer imagina.Só q para q isso aconteça, necessário se faz q nos lancemos.Bjos.E SUERTE.Não tenha medo de ousar, garota!!!!

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  9. Tô lendo os posts acima e quero deixar aqui minha paixão pela Argentina... Morei em Córdoba durante 14 meses e cheguei aqui em Sampa faz um mês. Voltei pq a saudade até doía. Pensei que não pudesse mais suportar um minuto em Córdoba e, quando cheguei aqui, matei a saudade e ví que me arrependi!!! A única coisa que aprendi de td isso??? Morar em outro país, não é nada fácil, mas readaptar-se ao seu lugar de origem, pode ser pior ainda. Devo voltar até março de 2012 e o que eu mais preciso colocar em prática na próxima vez é saber controlar melhor minhas emoções.

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  10. Qual a comunidade no face por favor? Abraço e parabéns pelo blog.

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  11. sou de brasilia e meuus filhos querem estudar ai e eu quero mi mudar prai qual o custo de vida e se o mercado de trabalho para filmagens de evento quero viver e trabalhar ai que vc recomenda

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  12. Oi!!! Curti demais o seu blog, mas, me perdoe se estiver isso descrito em alguma parte, com certeza não vi. Mas, existe um passo a passo para morar em BAs, tais como, visto, documentação necessária...etc...Desde já agradeço.

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  13. Tem sim Jason!!!
    Fique tranquilo que vc vai encontrar tudo!
    Da uma visitada no grupo, lah no face!
    Grande abraco e obrigado pela visita!

    Abrass

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